O processo de calcinação, particularmente na produção de cal a partir de calcário, liberta quantidades significativas de CO2. Durante a calcinação, o calcário (carbonato de cálcio, CaCO3) é aquecido a temperaturas elevadas, normalmente abaixo do seu ponto de fusão, resultando na decomposição do carbonato de cálcio em óxido de cálcio (CaO) e dióxido de carbono (CO2). Este processo é essencial na indústria do cimento, contribuindo para uma parte substancial das emissões globais de CO2.
Explicação pormenorizada:
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Processo de calcinação:
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A calcinação envolve o aquecimento de um material, frequentemente um minério metálico ou calcário, a uma temperatura elevada na presença de ar ou oxigénio limitados. O objetivo principal é remover as impurezas voláteis ou provocar uma dissociação química. No caso do calcário, a reação química é a seguinte:[ CaCO_3 \rightarrow CaO + CO_2 ]
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Aqui, o carbonato de cálcio decompõe-se em óxido de cálcio e dióxido de carbono. O CO2 é libertado para a atmosfera, contribuindo para as emissões de gases com efeito de estufa.Papel na produção de cimento:
A produção de cimento é uma fonte significativa de emissões de CO2, em parte devido ao processo de calcinação. As altas temperaturas exigidas nos fornos de cimento para a calcinação e outros processos tornam este processo intensivo em energia e em emissões de carbono. De acordo com a Agência Internacional de Energia (AIE), a intensidade direta de CO2 da produção de cimento tem vindo a aumentar, salientando a necessidade de estratégias de descarbonização para cumprir os objectivos globais de redução das emissões.Impacto ambiental e mitigação: