O óleo de pirólise, apesar do seu potencial como fonte de energia renovável, enfrenta vários desafios significativos que impedem a sua utilização generalizada. Estes desafios incluem a instabilidade ao longo do tempo, a reatividade química e a incompatibilidade com as infra-estruturas petrolíferas existentes.
Instabilidade e reatividade química:
O óleo de pirólise é composto por produtos de decomposição intermédios e reactivos, o que o torna inerentemente instável. Ao longo do tempo, sofre alterações, nomeadamente um aumento da viscosidade devido a reacções de condensação dos seus componentes reactivos. Este processo de envelhecimento também pode levar à separação de fases, complicando ainda mais o seu armazenamento e utilização. O aquecimento do petróleo a temperaturas superiores a 100 °C pode provocar reacções rápidas, levando à formação de um resíduo sólido e de um destilado, que são menos úteis do que a forma líquida original.Incompatibilidade com as infra-estruturas petrolíferas:
O óleo de pirólise difere significativamente dos óleos de petróleo. Não é miscível com os óleos de petróleo, contém até 40% de oxigénio em peso e tem um valor de aquecimento inferior. É também ácido, instável quando aquecido e mais denso do que a água. Estas propriedades tornam-no incompatível com as infra-estruturas petrolíferas existentes, necessitando de modificações significativas ou de sistemas inteiramente novos para a sua utilização.
Corrosividade e baixo poder calorífico:
A mistura complexa de grupos funcionais de oxigénio no óleo de pirólise contribui para a sua natureza altamente corrosiva e baixo poder calorífico. Estes grupos de oxigénio têm de ser removidos através de processos de desoxigenação, como a hidrodesoxigenação catalítica (HDO). No entanto, estes processos consomem muita energia e requerem hidrogénio, o que torna a produção global de bio-óleo de biomassa menos viável economicamente à escala industrial.Desafios da utilização:
A utilização do óleo de pirólise é um desafio devido à sua composição complexa de compostos oxigenados. Embora possa potencialmente substituir os óleos combustíveis convencionais em aplicações estacionárias, os seus parâmetros de qualidade têm de ser cuidadosamente definidos para cada aplicação. A transformação do óleo de pirólise num combustível de hidrocarbonetos ou a sua utilização na produção de produtos químicos e materiais requer um processamento adicional, o que aumenta a complexidade e o custo.