blog Espectroscopia de infravermelhos: Técnicas e preparação de amostras
Espectroscopia de infravermelhos: Técnicas e preparação de amostras

Espectroscopia de infravermelhos: Técnicas e preparação de amostras

há 1 ano

Métodos de espetroscopia de infravermelhos

Método de Reflexão Total Atenuada (ATR)

O método de Reflexão Total Atenuada (ATR) representa um avanço significativo na tecnologia de análise de superfícies, permitindo a análise direta de amostras sem a necessidade de uma preparação extensiva. Esta técnica utiliza a luz infravermelha para sondar amostras a níveis de profundidade micrónicos, contornando assim os requisitos convencionais de diluição de brometo de potássio e prensagem de pastilhas.

Ao contrário dos métodos tradicionais que envolvem a mistura de amostras de pó com meios como o brometo de potássio (KBr) ou a parafina líquida, o método ATR permite a medição direta de amostras de pó. Isto é conseguido pressionando a amostra contra um prisma de elevado índice de refração, normalmente feito de seleneto de zinco (ZnSe) ou germânio (Ge), e medindo o espetro de infravermelhos utilizando a luz que sofre uma reflexão interna total dentro do prisma.

O método ATR destaca-se como uma técnica excecional para obter informação infravermelha da superfície de amostras de pó. No entanto, é necessário considerar cuidadosamente a dependência do número de onda da intensidade do pico de absorção e o potencial de deformação do pico para uma forma diferencial de primeira ordem devido à dispersão anómala do índice de refração, particularmente em amostras inorgânicas e outras amostras de índice de refração elevado.

Método de Reflexão Total Atenuada (ATR)

Método de transmissão

O método de transmissão é uma técnica tradicional de amostragem por infravermelhos que é amplamente reconhecida e incluída em várias normas. Este método envolve uma série de passos meticulosos para garantir uma recolha de dados precisa e fiável. O processo pode ser dividido em quatro fases principais: preparação da amostra, varrimento do fundo, varrimento do espetro e análise de software.

A preparação da amostra é o passo mais crítico e exigente do método de transmissão. Envolve a utilização de brometo de potássio (KBr), uma substância conhecida pela sua transparência à luz infravermelha. A amostra é normalmente misturada com KBr em pó, que é depois prensado numa forma de pastilha transparente. Este passo requer precisão e cuidado para garantir que a amostra está uniformemente dispersa na matriz de KBr, uma vez que quaisquer inconsistências podem levar a leituras espectrais incorrectas.

Uma vez concluída a preparação da amostra, o passo seguinte consiste em efetuar a leitura do fundo. Isto implica a medição do espetro de infravermelhos da pastilha de KBr sem a amostra, para estabelecer uma linha de base. O exame do fundo é essencial para remover qualquer absorção inerente ao próprio KBr, assegurando que os dados espectrais subsequentes sejam exclusivamente representativos da amostra.

Após o exame de fundo, é efectuado o exame do espetro real da amostra. Este passo capta os padrões únicos de absorção de infravermelhos da amostra, que são depois analisados com software especializado. O software interpreta estes padrões para identificar e quantificar os componentes químicos presentes na amostra.

Cada um destes passos - preparação da amostra, fundo de varrimento, espetro de varrimento e análise de software - desempenha um papel crucial na precisão e fiabilidade globais do método de transmissão. Apesar da sua natureza tradicional, o método de transmissão continua a ser uma pedra angular na espetroscopia de infravermelhos devido à sua elevada sensibilidade e às informações detalhadas que fornece sobre a composição da amostra.

Preparação de amostras com brometo de potássio

Passos de preparação

A preparação de brometo de potássio (KBr) para espetroscopia de infravermelhos envolve vários passos meticulosos para garantir a integridade da amostra e a exatidão dos dados espectrais. Inicialmente, o brometo de potássio é moído até se tornar um pó fino, o que é crucial para obter uma dispersão homogénea da amostra. Este processo de moagem deve ser minucioso para evitar quaisquer inconsistências no tamanho das partículas que possam conduzir a ruído espetral ou a imprecisões.

Uma vez moído, o pó de brometo de potássio é espalhado uniformemente numa superfície plana e cozido. A cozedura é essencial para remover qualquer humidade residual, que pode interferir com o espetro de absorção de infravermelhos. O KBr desidratado é então utilizado para preparar pastilhas em branco. Estas pastilhas servem como ponto de referência, permitindo a medição exacta das caraterísticas de absorção da amostra.

brometo de potássio (KBr)

De seguida, a amostra é cuidadosamente adicionada ao brometo de potássio moído. A mistura é cuidadosamente agitada para assegurar uma dispersão homogénea da amostra na matriz de KBr. Esta distribuição uniforme é fundamental para obter um espetro de infravermelhos claro e exato. Quaisquer aglomerados ou distribuição irregular podem dar origem a dados espectrais incorrectos.

Finalmente, a mistura é prensada numa pastilha transparente sob alta pressão. O processo de prensagem deve ser controlado para manter uma espessura e densidade consistentes do comprimido, que são factores-chave na reprodutibilidade dos espectros de infravermelhos. A prensagem adequada garante que o comprimido é transparente, permitindo uma transmissão clara da luz infravermelha e uma análise espetral precisa.

Estes passos de preparação são fundamentais para o método de transmissão da espetroscopia de infravermelhos, garantindo que a amostra é devidamente preparada para análise e que os espectros resultantes são fiáveis e reprodutíveis.

Técnicas de prensagem de comprimidos

O processo de prensagem de comprimidos envolve várias etapas meticulosas para garantir a formação de um comprimido uniforme e transparente. Inicialmente, o pó de brometo de potássio moído é meticulosamente espalhado uniformemente entre os moldes da prensa de comprimidos. Esta etapa é crucial, pois estabelece a base para o processo de prensagem subsequente. O pó é então sujeito a uma pressão controlada, que o compacta numa forma preliminar.

De seguida, o material de amostra é introduzido no pó compactado. A inclusão da amostra requer um manuseamento preciso para evitar quaisquer perturbações na uniformidade da mistura. Assim que a amostra é integrada, a mistura é submetida a outra ronda de prensagem. Esta segunda prensagem é tipicamente mais vigorosa do que a inicial, assegurando que a amostra é completamente incorporada na matriz de brometo de potássio. A aplicação de alta pressão neste passo final é essencial para obter um comprimido sólido e transparente que seja adequado para a análise de espetroscopia de infravermelhos.

A prensa de comprimidos funciona com base num princípio de compressão em duas fases, utilizando punções superiores e inferiores dentro de uma matriz. O punção inferior cria primeiro uma cavidade na matriz, na qual o pó é introduzido. O punção superior desce então, aplicando uma força significativa ao pó, que une o material granulado numa forma coesa de comprimido. O mecanismo de pressão hidráulica garante que a força é distribuída uniformemente, permitindo ajustes na pressão aplicada para acomodar diferentes requisitos de amostra.

Durante o processo de prensagem, as matérias-primas são cuidadosamente carregadas na matriz e sujeitas à placa de prensagem na parte inferior da matriz. Esta deformação gradual das matérias-primas resulta na formação do comprimido desejado. O molde de compressão, que tipicamente consiste num par de moldes superior e inferior, permite ajustes manuais à distância entre os moldes, assegurando a adaptabilidade a várias necessidades de prensagem. O molde superior é fixado num suporte, enquanto o molde inferior é fixado numa placa de pressão, facilitando o contacto consistente entre os moldes durante a ação de prensagem.

Em resumo, as técnicas de prensagem de comprimidos são uma mistura de precisão e força, meticulosamente concebidas para criar comprimidos transparentes que são ideais para a espetroscopia de infravermelhos. O processo não só assegura a uniformidade e a integridade da amostra, como também cumpre medidas rigorosas de controlo de qualidade, essenciais para uma análise espectroscópica precisa.

Espectro de infravermelhos

Melhores práticas e notas

Para garantir resultados precisos e fiáveis na espetroscopia de infravermelhos, devem ser respeitadas várias práticas recomendadas e notas durante o processo de preparação da amostra.

Primeiro e mais importante,medir o fundo com ar antes de analisar a amostra é crucial. Este passo ajuda a eliminar qualquer potencial interferência do ambiente, garantindo assim que as medições subsequentes não são distorcidas por factores externos.

A utilização de KBr de alta qualidade e espectralmente puro é outro aspeto crítico. A pureza do brometo de potássio tem um impacto direto na clareza e precisão do espetro. Quaisquer impurezas no KBr podem introduzir ruído ou artefactos nos dados, levando a interpretações erradas.

A consistência no processo de preparação é fundamental. Isto incluimoagem consistente do brometo de potássio, que assegura que as partículas têm um tamanho uniforme. Além disso, a manutenção deespessura e pressão consistentes durante a preparação do comprimido é essencial. As variações nestes parâmetros podem levar a diferenças no comprimento do caminho ótico, afectando a intensidade e a resolução do espetro.

Ao seguir estas práticas recomendadas, a precisão e a fiabilidade dos resultados da espetroscopia de infravermelhos podem ser significativamente melhoradas, fornecendo dados mais precisos e significativos para análise.

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